23 Mar 2022, 0:00
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A Ucrânia recusou o pedido do militante neonazi Mário Machado para combater ao lado do exército ucraniano, garantido que o português “não pode ser aceite na Legião Internacional”.
Mário Machado, que já foi no passado condenado a mais de 10 anos de prisão por crimes como ofensas à integridade física, discriminação racial e posse de arma proibida, pediu ao Tribunal Central de Instrução Criminal para “ir para a Ucrânia prestar ajuda humanitária e, se necessário, combater ao lado das tropas ucranianas”, escreve o Diário de Notícias.
"A ausência de condenação por crimes, comprovada através do registo criminal, é um dos critérios chave para a aceitação de candidatos na Legião Internacional de Defesa Territorial das Forças Armadas da Ucrânia. A pessoa que refere não pode ser aceite”, afirma o coronel Sergi Malyk, adido militar da Embaixada da Ucrânia em França, ao jornal.
Malyk garantiu ao DN num telefonema que os ucranianos não querem “indivíduos deste género” no país deles e pediu para que sejam avisados das tentativas de “infiltração de elementos criminosos e não confiáveis na Ucrânia e nas suas Forças Armadas”.
Com um historial de crimes e violência, além de múltiplas associações à extrema-direita, Machado tinha sido detido em flagrante delito na sua casa, a 9 de novembro de 2021, por posse ilegal de arma, e estava sujeito às medidas de coação de termo de identidade e residência e à obrigação de apresentações quinzenais às autoridades.
A decisão da juíza do Tribunal Central de Instrução Criminal, Catarina Vasco Pires, de permitir a saída de Machado gerou críticas de diversos quadrantes da sociedade e o tema chegou até ao Presidente da República, mas o advogado do antigo dirigente neonazi defendeu a correção da decisão da juíza.