5 May 2022, 0:00
71
O Porto de Leixões será um dos maiores beneficiários com a construção da nova concordância, podendo realizar comboios diretos até à fronteira. “Vamos ficar mais próximos de Madrid e alargar a nossa zona de influência”, salientou neste debate o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), Nuno Araújo.
A infraestrutura portuária está a duplicar a capacidade de carga sem aumentar o número de camiões (1.500) que chegam todos os dias a Leixões. “Temos mesmo de avançar com a ferrovia para recebermos mais carga, ao mesmo tempo que reduzimos a nossa pegada ambiental”, acrescentou.
Transporte de mercadorias será o mais beneficiado a partir de janeiro de 2023, quando reabrir o troço ferroviário entre Pampilhosa e Guarda. Poderão circular comboios com 750 metros de comprimento.
Tirar os contentores dos camiões e colocá-los nos comboios é o principal objetivo da modernização da linha da Beira Alta. O transporte ferroviário de mercadorias sobre carris foi o mote para o debate desta quarta-feira, em Mangualde, organizado pela Infraestruturas de Portugal (IP) sobre as obras que levaram ao encerramento, durante nove meses, da ligação entre Pampilhosa e Guarda.
A ligação ferroviária será reaberta em janeiro de 2023 nos dias úteis, mas apenas voltará a funcionar todos os dias a partir de fevereiro de 2024.
A modernização da Beira Alta vai favorecer, sobretudo, a área logística. Diariamente, poderão circular até 25 comboios com 750 metros de comprimento (em vez de 400) e a velocidades mais constantes. Transportar carga pelo caminho-de-ferro será mais barato em 30% do que antes das obras.
No investimento total de 550 milhões de euros (com mais de dois terços de verba comunitária), está ainda prevista a construção da Concordância da Mealhada. Com a ligação direta da Linha do Norte à Linha da Beira Alta, um comboio do Porto até Guarda, por exemplo, deixará de precisar de inverter a marcha na estação da Pampilhosa.