17 Mar 2023, 0:00
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Redes criminosas galegas dominam o tráfico de cocaína em Portugal. Grande parte da droga transportada por estas é destinada à Galiza e utiliza as praias do Norte de Portugal para a descarrega da mercadoria. Outras organizações criminosas estrangeiras encontram-se no país.
Especialistas da ONU afirmam que a cocaína entre na Europa por duas vias. Segundo o artigo publicado na passada quinta-feira pelo Jornal de Notícias (JN), a principal utiliza o Mar do Norte para alcançar países como a Bélgica, Países Baixos e Alemanha, enquanto outra tem como destino a Península Ibérica. De acordo com o mesmo jornal, a esta última é uma das maiores portas de entrada de cocaína transportada pelos mercados da Europa Ocidental e Central.
O “Relatório Global sobre Cocaína 2023” garante que grupos em Espanha, incluindo a Galiza, gerem uma parte do tráfico em Portugal. Estes utilizam as praias do Norte do país para descarregar a mercadoria e, posteriormente, transportá-la até ao outro lado da fronteira.
Outro dos métodos utilizados pelos traficantes espanhóis passa por ir buscar a droga diretamente ao “navio-mãe”, localizados, normalmente, perto dos Açores ou Cabo Verde, e levada para terra em “pequenos barcos, veleiros ou pesqueiros”.
De acordo com o JN, em entrevista com a ONU, um procurador da República Portuguesa confirmou que é comum a escolha de intermediários portugueses pelos grupos de tráfico espanhol e que, maioritariamente, estes são “empresários com negócios de importação, que aceitam receber a cocaína em Portugal, oculta em produtos legais”.
O documento da ONU identificou, ainda, a presença de elementos de organizações criminosas estrangeiras no país, incluindo da italiana ‘Ndrangheta, da brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) e o grupo de motards Hell Angel’s e Los Bandidos.