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Câmara do Porto apresentou a nova estratégia de desenvolvimento económico da cidade, que tem como base dez investimentos no valor de 600 milhões de euros, a concretizar até 2030.

Define-se como “Pulsar” o plano que pensa a economia da cidade e da região para 2035. As mais diversas entidades que contribuíram para a definição da Estratégia de Desenvolvimento Económico do Porto – e que agora assumirão o papel de a colocar em prática – reuniram-se, na tarde de sexta-feira, no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota.
Assente em dez projetos estruturantes, definidos depois da auscultação de cerca de uma centena de entidades, o “Pulsar” encontra no comércio, serviços e imobiliário, no turismo e desporto, nas TIC e centros de serviço, na saúde e ciências da vida, na cultura e indústrias criativas, na mobilidade, energia e ambiente, na economia azul, e na construção sustentável o foco para a visão de futuro de um “Melhor Porto”.
Para a sua implementação, está orçado um investimento direto potencial de aproximadamente 600 milhões de euros, divididos pelo Município do Porto e pelas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência e do NextGeneration EU.
“Este é um dia especial”, considerou Ricardo Valente. Encarregue das palavras de introdução, o vereador com os pelouros da Economia, Emprego e Empreendedorismo afirmou que este plano se distingue pelo “foco no valor assente na ambição de crescer pelo melhor e não pelo mais”, pela “perspetiva territorialmente inclusiva”, pela “identificação destemida e audaz de domínios de especialização inteligente”, e pela “articulação com a identidade local”.
Dando destaque ao plano de ação subjacente à estratégia, Ricardo Valente referiu que “o caminho inicia-se agora e exige compromisso e sentido de missão”. O vereador sublinhou que o “Pulsar” estará assente “numa estrutura de governação independente do executivo municipal”.
“O segredo do sucesso não é prever o futuro”, concluiu Ricardo Valente, citando Michael Hammer, “mas criar uma organização capaz de prosperar com um futuro imprevisível”.
Convidada especial do evento, Elisa Ferreira parabenizou o Município pela definição da estratégia de desenvolvimento económico numa lógica de pensamento em conjunto e implementação partilhada.
“As cidades têm de ter uma visão moderna, estratégica, combinando todas as instituições, todas as vontades”, afirma a comissária europeia para a coesão e reformas, reforçando que “o Porto tem uma função que extravasa a cidade” e se estende à região e da região para o nível europeu.
Elisa Ferreira deixou o desejo de que o “Pulsar” “contribua para que um país
Elisa Ferreira deixou o desejo de que o “Pulsar” “contribua para que um país hipercentralizado tenha a sabedoria de reconhecer as potencialidades e obstáculos de cada região”. “A multipolaridade é condição de resiliência”, concluiu a comissária europeia.

A sessão no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota deu ainda espaço para uma mesa redonda. Principal da EY – Parthenon, consultora para o desenvolvimento da estratégia, Hermano Rodrigues trouxe o conceito de “destruição criadora”, com uma visão “orientada para o upgrading dos setores mais tradicionais”, mas também de “combustível para atividades ligadas a setores mais emergentes”. “O desenvolvimento da estratégia procurou ser relativamente provocadora”, assumiu, referindo, por exemplo, a “falta de uma agência de promoção e atração de investimento no norte, como existe na cidade”.

Pró-reitora para o Planeamento Estratégico da Universidade do Porto, Joana Resende felicitou “a ambição desta estratégia para a cidade” e o facto de a atração de talento estar no centro do “Pulsar”, questão “muito importante para encontrar soluções para os desafios, que são muitos”. A responsável destacou ainda a “simbiose perfeita entre a Universidade e a cidade para atrair estudantes estrangeiros".

Da FairJourney Biologics, António Parada ressaltou, como pontos mais positivos na realidade da região “o talento e a marca ‘Porto’”, esta última “fortíssima e absolutamente importante para fazer os clientes virem”. “Ser do Porto é ter vontade de trabalhar, levar as coisas para a frente, não estar à espera de terceiros. Conquistar”, enfatizou o diretor-geral.

Do lado negativo, António Parada referiu as redes “muito ténues” e a ligação aeroportuária, que definiu como “uma catástrofe para a região”.

Sobre o plano, Luís Filipe Reis, diretor-geral da Sonae Financial Services e da Sonae Fashion, disse ter uma “qualidade rara de ver até em contexto empresarial” e enalteceu a “visão de longo prazo” da Câmara do Porto”. O “Pulsar” tem ainda, referiu, o “mérito de falar de economia sem embaraço. “Enquanto não desenvolvermos a economia não seremos capazes de desenvolver o país”, acredita o diretor-geral. Para Luís Filipe Reis, “uma cidade não se mede aos palmos, mas aos palcos onde atua e o Porto sempre foi um lugar de relações”.
A sessão de debate em torno da Estratégia de Desenvolvimento Económico do Porto terminou com a intervenção de Rui Moreira. O presidente da Câmara do Porto reforçou a ideia de que o que nos cabe a nós é planear, projetar, sermos ‘first movers’ nesta transição com que estamos confrontados”.
Reconhecendo que a “tentativa de afirmação do Porto exige muito de todos nós”, Rui Moreira defende que a dimensão da região não deve ser fator desanimador devido à “nossa vontade inquebrantável de vencer os desafios”. “Apesar de tudo, temos dimensão suficiente para fazer as coisas bem feitas”, afirma.
O presidente da Câmara do Porto aposta na “construção de pontes, de ligações” para fazer face à não existência de um governo a nível regional. “O centralismo não abdica do poder nem dos recursos, por isso temos que os conquistar”, lançou Rui Moreira, reforçando que esta conquista “é uma missão de todos, exigindo e fazendo escolhas”.

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