PCP acusa Governo de se desculpar com tormenta da pandemia e da guerra para adiar medidas fundamentais

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou este domingo o primeiro-ministro de fazer um “discurso da tormenta” para manter uma política de baixos salários e adiar as medidas que os comunistas consideram fundamentais para o país.

"Não é inocente o discurso da tormenta tantas vezes pronunciada e a chamada à liça pelo primeiro-ministro, António Costa, no seu discurso de tomada de posse do novo Governo”, considerou Jerónimo de Sousa, que falava num almoço comemorativo dos 101 anos do PCP no Seixal, distrito de Setúbal.
“[O primeiro-ministro] diz-nos que estamos a viver tempos difíceis, tempos de tormenta, com impactos nas nossas vidas. Não sabemos de que vidas fala, mas não estará a falar das vidas dos que ganham com a guerra lá fora e cá dentro, nem tão pouco das vidas dos acionistas das empresas cotadas na bolsa de Lisboa, que no ano passado viram os lucros das suas empresas crescer 50%, com algumas a duplicá-los à guisa da proclamada tormenta da pandemia”, acrescentou o líder comunista.
Perante centenas de militantes do PCP, Jerónimo de Sousa criticou também os aumentos de salários previstos para este ano, que, segundo disse, na maior parte dos casos, são de apenas “um e pouco por cento” e considerou um escândalo que mesmo esses aumentos sejam suportados por dinheiros públicos.
“Escândalo dos escândalos, mesmo quando o aumento do salário acontece, são os dinheiros públicos que suportam encargos que deveriam ser das empresas e dos grupos privados, como foi o caso do Salário Mínimo Nacional. Cerca de 100 milhões de euros em apoios, foram parar às mãos de 10 empresas, que têm fabulosos lucros. Seis são empresas de trabalho temporário e duas da grande distribuição, uma delas a Sonae”, disse.
“É preciso começar a ver quando falamos de tormenta e de vidas, de que vidas falamos e de tormenta para quem. A palavra que se impunha sobre salários, precariedade, direitos laborais, condições de vida de quem trabalha não se viu”, acrescentou o dirigente do PCP, contrapondo o alegado acolhimento do Governo aos apelos da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) e das restantes confederações patronais para “maior flexibilização do mercado de trabalho”, que considerou ser uma “regressão” nos direitos laborais.
A posição do Governo do PS sobre a invasão russa da Ucrânia também mereceu duras críticas do líder comunista.
“O que se vê é um rigoroso seguidismo e submissão em todos os planos político, militar e económico do Governo do PS/António Costa em relação a Bruxelas e aos projetos da administração norte-americana, nomeadamente em relação à guerra”, disse.
“As recentes conclusões do Conselho Europeu, alinhadas com as conclusões da Cimeira da NATO com a ativa participação do Governo português falam por si, apontando no sentido da política de confrontação que está na origem da grave situação atual”, sublinhou Jerónimo de Sousa.

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