1 Nov 2022, 0:00
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Passadas 24 horas da proclamação do resultado da eleição presidencial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro, ainda não se pronunciou e não há perspetiva de uma declaração ao país.
Segundo interlocutores, Bolsonaro ainda avaliava a melhor estratégia para o discurso e o tom a ser usado após a derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Quem se manifestou publicamente sobre a eleição foi o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Em publicação nas redes sociais, não contestou o resultado e agradeceu o apoio e os 58,2 milhões de votos dados ao pai.
Eleito presidente da República com 50,9% dos votos, Luiz Inácio Lula da Silva vira a página da disputa eleitoral e começa a planear o governo que herdará a partir de janeiro. Sai a equipa de campanha, entra a equipa da transição. O presidente Jair Bolsonaro mantém-se em silêncio desde o fim da apuração dos votos, no domingo, mas o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, recebeu, ontem, um telefonema de um dos coordenadores da campanha petista, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, para uma primeira conversa sobre a transição.
Em nota, Edinho Silva informou que ligou para Nogueira "a pedido do próprio" e que se dispôs a conduzir o processo de diálogo do governo Bolsonaro com a equipa de Lula.
Para o coordenador da campanha de Lula no Distrito Federal, o ex-deputado Geraldo Magela, a transição se dará por duas vias: a técnica, que cuidará da análise e do diagnóstico das contas e políticas públicas do atual governo, e a política, responsável pela formação da equipa ministerial e da interlocução com o Legislativo.
"É preciso que o governo Bolsonaro abra as suas portas para permitir que a transição seja feita tecnicamente, que todos os dados sejam liberados e, politicamente, Lula vai cuidar de como construir o governo e como restabelecer as pontes com os segmentos que ficaram, neste momento, conflitados", declarou Magela em entrevista ao CB.Poder.