Milhares de pessoas gritam "demissão" no Porto ao som de apitos e com cravos vermelhos

Com apitos e cravos e a gritar "demissão", milhares de pessoas, na maioria professores, concentraram-se, no domingo, 23 de abril, domingo na rotunda da Boavista, no Porto, num protesto que foi ao encontro de António Costa, no Palácio de Cristal.

“Este protesto é de todos. Partiu da sociedade civil e todos foram convidados. Não estamos em representação de sindicatos”, disse à agência Lusa o representante do movimento “Todos por Portugal”, Joaquim Sampaio.

A marcha de protesto que juntou professores e profissionais de outros setores, seguiu em direção ao Palácio de Cristal onde onde estava prevista a chegada do secretário-geral do PS e primeiro-ministro de Portugal, António Costa, para uma iniciativa integrada nas comemorações do 50.º aniversário do Partido Socialista português.

Com faixas onde se lê “Senhor Presidente, Socorro” ou “O dinheiro da corrupção resolvia os problemas da educação” e palavras de ordem como “Costa escuta, a escola está em luta”, a marcha juntou manifestantes em representação de vários setores.

Predominando as camisolas pretas com as frases “Basta!” ou “Estamos em luta” e os cachecóis de Portugal, ao som de apitos e bombos, e com cravos vermelhos na mão, os manifestes seguiram pela rua Júlio Dinis até ao Palácio de Cristal.

"Demissão" e "Portugal" foram as as palavras mais ouvidas junto a um camião que inicialmente foi, disse à Lusa Joaquim Sampaio da organização, "barrado pela PSP graças a pressões externas".

Cerca das 14:00, a agência Lusa contactou o Comando Metropolitano da PSP do Porto que remeteu esclarecimentos para mais tarde.

A concentração, divulgada por um grupo de profissionais de Educação do Norte, “um grupo de professores em protesto contra o Governo”, como se intitulam, tem como objetivo chamar a atenção para o “empobrecimento da população”.

“As famílias têm vivido com grandes dificuldades financeiras devido à subida das despesas com habitação, alimentação, transportes, saúde, etc. As lutas e manifestações de professores, médicos, enfermeiros, funcionários judiciais, agricultores, maquinistas e muitos outros, têm mostrado o grande descontentamento que este domingo se vive em Portugal. O Governo perdeu a razão e está a votar os portugueses ao empobrecimento”, lia-se na convocatória.

Já em comunicado às redações, o movimento Alojamento Local Porto e Norte (ALPN) anunciou, no passado sábado, que iria juntar-se a esta concentração com pessoas que representam o Alojamento Local, bem como as atividades económicas conexas, nomeadamente empresas de gestão, contabilidade, formação, restauração, bares, lavandarias, comércio local, equipas de limpeza e transportes, entre outras.

O objetivo é sensibilizar o Governo, os partidos e a população para o conjunto de medidas do programa +Habitação que, dizem, “a serem aprovadas, terão um impacto devastador não só na atividade do Alojamento Local, mas também em milhares de empresas do ecossistema do turismo, cuja atividade está intimamente ligada a este setor”.

Ao longo da semana, os vários organizadores deram conta de que esperavam a presença de organizações de vários setores – económico, social, cultural, ambiental – e apelaram à participação da sociedade civil.

António Costa, no discurso no Palácio de Cristal, afirmou "quero ser muito claro, a nossa agenda e os nossos compromissos são os que constam no programa eleitoral. Não é arrongância, é humildade de quem percorreu o com o país a pedir o voto", disse, advertindo que a agenda socialista "não é a agenda da polémicas mediáticas".

O secretário-geral do PS, e primeiro-minstro, António Costa, defendeu este domingo que "quem quer uma democracia forte respeita os mandatos" e avisou a direita que o Governo socialista tenciona cumprir o seu mandato de quatro anos.

No seu discurso na festa de aniversário dos 50 anos do PS, no Porto, António Costa disse que recebeu, nas últimas legislativas, em 2022, o mandato para governar e defendeu que "quem quer uma democracia forte respeita os mandatos e quem tem os mandatos honra os compromissos".

 

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