18 Nov 2022, 0:00
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Sem dados concretos sobre a adesão à paralisação, Francisco Gonçalves, dirigente do Sindicato dos Professores do Norte (SPN) e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), explicou aos jornalistas que o que se sabia, cerca das 08:30, era de muitas escolas encerradas, admitindo que “nessas tem mais a ver com a adesão do pessoal não docente, de setores chave”.
“O diretor de cada escola tem que verificar se tem condições de segurança para a escola funcionar ou não e, portanto, há muitas que estão encerradas por essa razão”, afirmou o dirigente dos SPN junto à Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, que também encerrou.
Relativamente à adesão dos professores “só ao longo do dia se saberá”, disse Francisco Gonçalves, referindo que os professores aderiram a esta greve por questões relacionadas com o Orçamente de Estado, que “não responde aos problemas, não tem dotação orçamental suficiente para solucionar problemas como a precariedade, a carreira, cotas, vagas e também por questões salariais”.
“Aumentos de 3,4 a 2%, nos escalões de topo, é manifestamente insuficiente”, sublinhou, elencando outras questões que levaram à adesão dos professores a esta paralização, entre as quais a alteração do modelo de seleção e recrutamento de docentes que é “absolutamente inaceitável e deve ser retirado de cima da mesa”.
Junto à escola Fontes Pereira de Melo estavam também dirigentes dos sindicatos dos Trabalhadores da Administração local (Stal) e dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN).
Lurdes Ribeiro, dirigente do STFPSN, disse que “há escolas encerradas desde a Póvoa de Varzim até ao Marco de Canavezes”, citando como exemplo, entre outras, as escolas do Cerco, Filipa Vilhena e Aurélia de Sousa, no Porto, e os agrupamentos escolares Costa Matos e Canelas, em Vila Nova de Gaia.
E referiu: “a maioria dos trabalhadores da função pública vai ter um aumento de 52 euros, no meu caso, e no de milhares de assistentes operacionais, passo de 705 euros para 761, a partir de janeiro”.
“Isto é inaceitável, não só a nível salarial, mas também no que se refere às carreiras. Os trabalhadores estão mesmo desagradados com estas manobras de fingir que dão e ao mesmo tempo não estão a dar”, acrescentou Lurdes Ribeiro.