19 Apr 2023, 0:00
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As suas portas abriram pela primeira vez no final de março de 1933 depois da realização de algumas obras a cargo de Eduardo Coutinho (arquiteto e antigo sócio do FC Porto). Na época Sebastião Ferreira Mendes assumia a presidência do clube e a primeira reunião de Direção neste local teve lugar, precisamente, a 30 de março de 1933.
A antiga sede do Futebol Clube do Porto distinguia-se pelo mobiliário refinado e decoração requintada, assim como pelas suas diferentes funcionalidades. Aqueles que se dirigiam ao espaço encontravam uma sala de leitura, para sócios, bar, sala de espera, sala de secretaria/balcão de atendimento, sala de direção e sala dos chefes secção.
O elemento pelo qual era mais conhecida era, sem dúvida, o salão de bilhar, destacando-se também a sala de troféus, a primeira que melhor serviu, em termos estéticos e expositivos, a importância do clube, e o ginásio (utilizado por atletas do clube – boxe, por exemplo) servido por bengaleiro, vestiário e chuveiro.
Entre as décadas de 1930 e 1970 foi o local eleito para celebrar as vitórias das várias equipas e atletas de diferentes modalidades. O maior mediatismo recaía, naturalmente, sob as mais populares durante o referido período: futebol, ciclismo e andebol. Multidões dirigiam-se até à Praça General Humberto Delgado para brindarem com vencedores/campeões a partir da varanda da sede.
Foram vários os momentos importantes que marcaram a história da antiga sede do Futebol Clube do Porto, entre os quais:
Em 1982, a sede do FC Porto é transferida para o Estádio das Antas, mantendo-se em atividade nos Aliados a secção de bilhar azul e branca.
Da antiga sede ficou no novo hotel Axis Porto Club o charme e a história do edifício. Esta unidade hoteleira procurou manter, retratar e homenagear a história da relação entre o clube e a cidade Invicta.
Estes aspetos refletem-se nas obras de Ester Monteiro, escultora e artista portuense, que se encontram expostas nos corredores do hotel, como a conquista da Liga dos Campeões do FC Porto; e na escadaria que percorre todo o edifício, onde é possível encontrar referências a essa relação, como é o caso do excerto do poema “Aleluia” do portuense Pedro Homem de Melo, criado no final da década de 60.
A decoração também remete para a memória do espaço, icónico para o clube, notando-se isso mesmo em detalhes como a utilização dos tons de azul e dourado, um estilo elegante e citadino, alguns tacos de bilhar ou um ecrã junto da receção, onde os hóspedes podem descobrir mais sobre o Museu do Futebol Clube do Porto.