28 Sep 2022, 0:00
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No dia em que é apresentado o projeto que pretende ligar, através da linha de alta velocidade, a cidade de Lisboa e Porto em apenas uma hora e um quarto, António Costa salientou que com esta ligação "todo o país ficará servido". Não vão circular apenas os comboios de alta velocidade, adiantou o primeiro-ministro. "Guarda ficará com muito menos tempo de percurso em direção ao Porto ou Lisboa", revelou António Costa.
Entre as declarações de António Costa à margem da Cerimónia de Apresentação da Nova Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa, o primeiro-ministro começou por dizer que "é fundamental a mudança no transporte público".
António Costa referiu que com este projeto estão a "abrir as linhas do futuro" e, dessa forma, a futura proximidade das áreas metropolitanas através da linha TGV será "uma enorme oportunidade para a indústria nacional". Torna-se um projeto que permite a projeção de Portugal no mundo, disse o chefe de Governo.
Um projeto que António Costa considerou essencial para responder às necessidades de desenvolvimento do país, é também a "solução para reforçar a competitividade". A futura ligação entre Porto e Vigo é o primeiro passo para a integração na rede ibérica, explicou António Costa.
Relativamente a questões financeiras, o primeiro-ministro afirmou que o país tem "condições financeiras" para assumir este projeto da linha de alta velocidade que poderá assim avançar "sem sobressaltos que o ponham em causa".
Na Cerimónia de Apresentação da Nova Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa estiveram presentes Rui Moreira, Autarca do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, duas das cidades onde vai passar o traçado da linha de alta velocidade. Luísa Salgueiro, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e pres. da CM de Matosinhos, e António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, também marcam presença na cerimónia.
A Infraestruturas de Portugal (IP) avançou esta quarta-feira que a construção de uma única nova ponte rodoviária e ferroviária sobre o rio Douro é uma solução cuja “viabilidade técnica” está “comprovada”, mas a decisão caberá aos autarcas e à tutela. “Do ponto de vista financeiro é muito mais barato fazer uma ponte do que duas pontes [sobre o rio Douro, ligando o Porto e Gaia]. A viabilidade técnica da fusão das duas pontes está comprovada. Esta é uma solução totalmente viabilizada. Será uma decisão dos senhores autarcas [do Porto e de Vila Nova de Gaia] e do senhor ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos]”, disse Carlos Fernandes, do conselho de administração da IP.
No Porto, no terminal ferroviário de Campanhã onde esta manhã foi apresentado o projeto de alta velocidade para ligação de Lisboa ao Porto e do Porto a Vigo, em Espanha, Carlos Fernandes avançou que a decisão será tomada nas próximas semanas.
Para levar a cabo o projeto de TGV, uma promessa com décadas e que hoje é apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, a IP precisa de construir uma ponte sobre o rio Douro, tendo o responsável referido que é necessário ir ao encontro das estações de Campanhã, no Porto, e de Santo Ovídio, em Gaia.
“Veio a calhar no alinhamento de uma ponte à cota baixa que está a ser estudada pelas autarquias do Porto e de Gaia”, admitiu Carlos Fernandes.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto disse fazer “mais sentido para o interesse público” que as novas pontes rodoviária e ferroviária no rio Douro culminem numa “ponte com dupla utilização”, aguardando, no entanto, o anúncio do primeiro-ministro.
"Vamos ver o que nos vai ser apresentado esta quarta-feira. O primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas vêm cá [ao Porto] (…). Vamos ver, se de facto houver a possibilidade de construir uma ponte de dupla utilização provavelmente faz mais sentido para o interesse público”, afirmou Rui Moreira, à margem da reunião do executivo.
O Jornal de Notícias avançou na segunda-feira que em vez de duas novas pontes sobre o rio Douro, a solução que está a ser negociada entre a Câmara do Porto, Câmara de Gaia e a Infraestruturas de Portugal (IP) passa por “apenas uma ponte com dois tabuleiros: um para o comboio de alta velocidade e outro rodoviário”.
Nessa data, Rui Moreira adiantou que a proposta da IP ainda não tinha chegado à Câmara do Porto, mas que, numa reunião com o ministro Pedro Nuno Santos, o secretário de Estado e a Câmara de Gaia foram avisados de que estava a ser pensado “um percurso diferente” à solução inicialmente proposta para a ponte de alta velocidade.
“A partir daí, começámos a pensar que de facto o que estávamos a fazer relativamente à ponte [D. António Francisco dos Santos] - e de facto está bastante avançado - tem de ser analisado em função do que possa vir a ser uma decisão sobre a ponte ferroviária, porque não faz sentido as pontes cruzarem”, referiu.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, não quis comentar.