Julgamento de médicos que retiraram mama saudável suspenso para tentativa de acordo

O início do julgamento dos médicos acusados de amputar uma mama saudável a uma mulher em 2016, foi suspenso, depois dos cirurgiões terem apresentado uma proposta de acordo, informou o advogado da queixosa.

“Tínhamos uma audiência de julgamento e, entretanto, como se trata de um crime que admite desistência de queixa, foi-nos proposto tentar chegar a um entendimento. Vamos tentar encontrar uma solução e suspendeu-se o processo por dois meses para ver se é possível um entendimento”, explicou aos jornalistas Rui da Silva Leal, à saída do Tribunal do Bolhão.

Os dois médicos, do hospital de São João, estão acusados de em março de 2016 terem amputado a Susana Tomé a mama esquerda, saudável, sem consentimento desta durante uma mastectomia à mama direita, na qual a queixosa tinha tido cancro.

Também em declarações aos jornalistas, Susana Tomé referiu que espera que os dois médicos cumpram o acordo que propuseram.

“Os arguidos vieram-me propor um acordo. Eu vou-lhes dar, ainda, dois meses para eles cumprirem esse acordo, mas não vou desistir da minha luta”, disse.

Para a queixosa, a proposta dos dois médicos tem uma leitura: “ao admitirem e ao proporem-me este acordo, significa o quê? Que de alguma forma aquilo que eu venho a lutar, que eu venho a pedir faz algum sentido”, apontou.

“Do meu ponto de vista é uma assunção de culpa”, disse.

No entanto, o advogado da queixosa não quis adiantar detalhes sobre a proposta de acordo.

“Se lhe disser qual é a tentativa de acordo vou prejudicar o acordo”, explicou Rui da Silva Leal.

O objetivo é, disse, que “as pessoas vejam os seus direitos e as suas dignidades profissionais devidamente protegidas, acauteladas e, do lado da ofendida, que veja os seus direitos devidamente garantidos porque são situações muito complicadas”.

“Vamos ver, há que falar, acertar alguns pormenores e até maio teremos uma resposta. Se não chegarmos a acordo já estão marcadas as sessões de julgamento para setembro e outubro”, referiu.

Os representantes legais dos dois médicos não quiseram prestar declarações.

Os clínicos em causa foram punidos pela Ordem dos Médicos com suspensão de atividade, num caso por 10 dias e noutro por 21.

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