29 Dec 2022, 0:00
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O regulamento toponímico do Porto, cuja revisão foi anunciada em março pela Comissão no decorrer da atribuição do nome da transexual brasileira assassinada em 2006, Gisberta, continua inalterado e sem revisão agendada, adiantou hoje a presidente.
“Ainda não está agendada nenhuma revisão do regulamento da CT [Comissão de Toponímia], nem sei quando e se será” feita, afirmou hoje, em resposta à agência Lusa, a presidente da Comissão de Toponímia do Porto.
A atribuição do nome de Gisberta Salce Júnior a uma rua da cidade gerou em março divergências no entendimento dos critérios ditados pelo regulamento da Comissão de Toponímia, órgão consultivo da Câmara Municipal do Porto para as questões de toponímia da cidade.
Contactada pela Lusa, Isabel Ponce Leão garantiu, à época, que a Comissão iria “voltar a ter” uma revisão do Regulamento Toponímico.
“Não posso estar a adiantar o que se vai mexer ou não, faremos uma reunião, daqui a um mês ou dois, para acertarmos e modernizarmos o regulamento”, adiantou a professora catedrática.
Depois de ter sido recusada em várias outras ocasiões, a atribuição do nome de Gisberta a uma rua do Porto dividiu os votos dos membros da comissão. Dos 19 elementos que a compõem, estavam naquela reunião 13, tendo sete votado a favor e seis contra.
À época, contactados pela Lusa, vários membros da comissão admitiam uma revisão do regulamento para evitar confusões e ambiguidades em torno de quem é elegível.
A presidente da comissão, um dos membros que votou contra, disse na altura à Lusa entender que se deve “dar nome de pessoas que tenham feito alguma coisa pelo Porto, o que não foi o caso”.
“Em meu entender, o que se devia pôr era uma placa próximo do sítio onde este crime foi cometido, evocando a pessoa e dizendo o que é que se tinha passado”, declarou.