10 Nov 2022, 0:00
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O Tribunal de Guimarães condenou esta quinta-feira um militar da Guarda Nacional Republicana por instigação a burla qualificada, num golpe que valeu ao GNR, à mulher e aos pais mais de 400 mil euros.
Segundo a acusação do Ministério Público, o esquema passou por o pai do GNR, "muito conhecido, considerado e com boa reputação” no local onde residia, Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, em conjunto com a mulher, “pedir dinheiro emprestado a pessoas que nele confiavam, geralmente pessoas de idade, enganando-as com uma simulada situação de urgência e aflição".
O pai do GNR alegaria uma falsa prisão iminente do seu filho, decorrente de problemas com a justiça e/ou com uma também falsa possível expulsão daquela força policial.
"No contexto da alegação, o dinheiro seria necessário para acudir a pagamentos devidos em tribunal, para evitar os referidos desfechos", acrescenta.
Segundo o MP, num caso provado e confirmado em tribunal, os arguidos conseguiram que “29 ofendidos, nalguns casos marido e mulher, lhes entregassem, de 2016 a 2019, o montante global de 406.999 euros”.
O pai do militar foi condenado a 10 anos de prisão efetiva, a mãe do GNR vai cumprir cinco anos de pena suspensa, e a mulher, auditora de justiça, condenada a quatro anos e meio de prisão com pena suspensa.
O MP diz que "parte substancial" deste montante financiou um "elevado" nível de vida económico do militar da GNR e da mulher.
O militar fica proibido de exercer funções durante cinco anos.