5 Sep 2022, 0:00
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, fez discurso de encerramento na Festa do Avante, acusando o Governo português de "cumplicidade" para manter a guerra na Ucrânia.
Jerónimo de Sousa acusa o PS de estar cada vez mais inclinado à direita e afirma que o Executivo só apresenta medidas de faz-de-conta. No encerramento da Festa do Avante, o secretário-geral do PCP diz que o partido sempre condenou a guerra da Ucrânia e acusa também o Governo de ser cúmplice na continuação do conflito.
Jerónimo de Sousa sabia que era difícil ignorar o assunto e preferiu mergulhar nele primeiro: afirma que o PCP “condenou” o conflito na Ucrânia e que a “espiral de sanções impostas pelos Estados Unidos, a União Europeia e a NATO, com a cumplicidade do Governo Português são indissociáveis da desenfreada especulação e do aumento dos preços da energia”.
Tirada a guerra na Ucrânia da frente, o PCP retoma o caminho de criticas ao Governo, na primeira Festa d Avante! desde que PS e PCP cortaram laços. Diz que o Governo anda a esconder-se e defende o aumento de salários e pensões, decida do IVA para 6% e o controlo de preços e o imposto sobre lucros extraordinários. E dá o exemplo da saúde como um dos setores em que o Governo falha mais.
Em 40 minutos de discurso, nenhum deles foi dedicado à sucessão da liderança. O secretário-geral do PCP tem dito que a questão não se coloca, mas que esse dia chegará.
De acordo com o líder do PCP, o atual contexto mundial, é culpa das sanções à Rússia, o aumento dos preços da energia, combustíveis e bens que "arrastam o pais para uma situação ainda pior". "A quem serve a guerra e quem ganha com a sua continuação fazem-no porque vêm nisso fonte de lucro e especulação", salientou Jerónimo de Sousa.
"Os povos querem paz, não guerra", rematou Jerónimo de Sousa, denotando que o partido "está do lado do direito dos povos".