28 Mar 2023, 0:00
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Perante o aumento do apoio público, o vereador do BE, Sérgio Aires, pede uma contrapartida, tal como "bilhetes mais acessíveis" para os jovens através do cartão Porto.
O reforço do apoio da Câmara do Porto ao festival Primavera Sound, que celebra este ano, de 7 a 10 de junho, a sua décima edição no Parque da Cidade e "que se espera histórica", surge depois de a empresa de produção ter enviado uma carta a Rui Moreira referindo as "grandes dificuldades na captação de novos parceiros estratégicos", fruto da conjuntura nacional e internacional.
A NOS, até então patrocinador principal, "concentrará o patrocínio num outro festival", refere a Pic Nic Produções.
Todas estas parcerias, acrescenta a empresa, "são fundamentais na acomodação das necessidades de investimento que um evento desta natureza impõe, cujo crescimento que tem tido é forçosamente acompanhado de um aumento exponencial dos custos de produção, tendo atualmente um orçamento de produção de cerca de 13 milhões de euros".
Perante o decréscimo dos apoios, surge "a necessidade de um maior investimento na infraestrutura do recinto, motivada pelas obras de reabilitação do parque". Por isso, a firma termina a carta a pedir ao Município "um apoio financeiro mais robusto, correspondente a 650 mil euros, por ano, para as próximas três edições". O objetivo é, perante as dificuldades, preservar a "notoriedade e relevância" do evento.
O Município acedeu ao pedido, aprovado esta segunda-feira por maioria, com a abstenção da CDU.
Perante a subida da verba, para Sérgio Aires, do BE, "a questão é óbvia": "Se o festival tem um apoio público que duplica, porque é que não podemos favorecer a participação, nesse festival, de pessoas da cidade?".
"Há um esforço maior de todos nós, dos contribuintes, portanto é disso que se trata. Porque é que não podemos ter algum benefício para que os habitantes da cidade, particularmente os jovens, possam ter um bilhete mais acessível para aquele festival? Alguma coisa poderia ser feita. Sugeri a possibilidade de o cartão Porto. dar um benefício, mas parece que não", lamenta Sérgio Aires.