15 Jun 2022, 0:00
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O Banco Central Europeu (BCE) vai avançar com medidas para travar a turbulência nos mercados europeus de dívida. Após a reunião de emergência desta quarta-feira, a autoridade monetária anunciou que vai comprar dívida de forma mais flexível, bem como acelerar a implementação de um novo instrumento "anti-fragmentação".
"O Conselho do BCE decidiu que vai aplicar flexibilidade no reinvestimento das esperadas amortizações do portefólio do PEPP, com vista a preservar o funcionamento do mecanismo de transmissão de política monetária, uma pré-condição para que o BCE seja capaz de alcançar o seu mandato de estabilidade dos preços", explica o banco central, em comunicado.
O envelope do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) tinha 1,85 biliões de euros para comprar dívida pública e privada da Zona Euro para tentar travar o impacto da pandemia na economia. As compras líquidas terminaram em março, estando a decorrer a fase de reinvestimento dos montantes que atingem as maturidades. São estes valores que o BCE quer agora usar de forma direcionada.
A par desta medida, os decisores políticos decidiram igualmente "mandatar os comités relevantes do Eurossistema em conjunto com os serviços do BCE para acelerarem a completude do desenho do novo instrumento anti-fragmentação para a consideração do Conselho do BCE".
O anúncio do BCE surge numa altura em que a turbulência é patente nos mercados, em que os investidores assistem a um "sell-off" generalizado nas principais praças mundiais e ao agravamento expressivo dos juros das dívidas soberanas da Zona Euro.
Como o próprio banco central reconhece, no comunicado divulgado esta quarta-feira, "a pandemia deixou vulnerabilidades duradouras na economia da Zona Euro que estão de facto a contribuir para a transmissão desigual da normalização da nossa política monetária entre as várias jurisdições".
Assim, "desde que em dezembro de 2021 foi iniciado o processo gradual de normalização da política monetária , o Conselho do BCE comprometeu-se em agir contra os riscos da fragmentação que ressurge".
Nas conferências de imprensa depois na sequência das duas últimas reuniões do BCE, uma em abril e outra na semana passada, a presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, já tinha sublinhado que " o BCE tem instrumentos para combater a fragmentação e irá implementar ferramentas novas se tal for necessário", tendo ainda frisado a necessidade de adoção da flexibilidade quando os tempos assim o exigirem.
A par desta medida, os decisores políticos decidiram igualmente "mandatar os comités relevantes do Eurossistema em conjunto com os serviços do BCE para acelerarem a completude do desenho do novo instrumento anti-fragmentação para a consideração do Conselho do BCE".
O anúncio do BCE surge numa altura em que a turbulência é patente nos mercados, em que os investidores assistem a um "sell-off" generalizado nas principais praças mundiais e ao agravamento expressivo dos juros das dívidas soberanas da Zona Euro.
Como o próprio banco central reconhece, no comunicado divulgado esta quarta-feira, "a pandemia deixou vulnerabilidades duradouras na economia da Zona Euro que estão de facto a contribuir para a transmissão desigual da normalização da nossa política monetária entre as várias jurisdições".
Nas conferências de imprensa depois na sequência das duas últimas reuniões do BCE, uma em abril e outra na semana passada, a presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, já tinha sublinhado que " o BCE tem instrumentos para combater a fragmentação e irá implementar ferramentas novas se tal for necessário", tendo ainda frisado a necessidade de adoção da flexibilidade quando os tempos assim o exigirem.
A yield das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a região – subtrai 13,6 pontos base para 1,609%. Os juros da dívida italiana com a mesma maturidade registam um dos alívios mais expressivo na Zona Euro, a descer 36 pontos base para 3,804%, apenas superados pelas "yields" da dívida grega, que recuam 42 pontos, para 4,248%. Por sua vez a yield da dívida portuguesa a dez anos segue a tendência e alivia 24,7 pontos base para 2,844%, a maior queda desde março deste ano.
No mercado acionista, as principais praças europeias, à exceção de Lisboa, ganharam força estando a somar mais de 1%. O "benchmark" europeu, Stoxx 600, soma 1,20%, o espanhol IBEX valoriza 1,24% e o alemão DAX ganha 1,25%. Londres cresce 1,20%, Amesterdão sobe 1,25% e Milão ganha 2,38%. O PSI valoriza aoenas 0,67%.