15 Mar 2022, 0:00
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O aterro da Recivalongo, em Sobrado, no concelho de Valongo, esteve parado desde quarta até segunda-feira, por ter sido proibido de receber qualquer resíduo, disse à Lusa Gilberto Gonçalves, da Associação ambientalista Jornada Principal (AJP).
"Fomos informados, por várias empresas que transportam resíduos para o aterro, que foram impedidas de fazer o depósito de qualquer resíduo porque a Recivalongo foi notificada pela CCDR-N [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte] para o deixar de fazer, logo esteve encerrada", argumentou o presidente da mesa da Assembleia-Geral da AJP.
Por isso, continuou, é a que a AJP "avançou com uma carta aberta para a CCDR-N, procurando ser esclarecida sobre as "alegadas irregularidades muito graves que foram detetadas".
"O que foi detetado teve mesmo de ser muito grave, porque o aterro esteve encerrado desde quarta-feira", acrescentou Gilberto Gonçalves, que acrescentou ter a associação tido "acesso a emails que a Recivalongo enviou para as empresas informando o impedimento de depósito de todos os resíduos".
O responsável acrescentou ter informação de que "a atividade foi lentamente retomada na segunda-feira.
Na carta aberta publicada na página da AJP, a associação questiona a CCDR-N sobre as "irregularidades muito graves, prejudiciais para o ambiente e a saúde pública" e que, frisou, "violam, uma vez mais, a legislação vigente para o regime de depósito de resíduos em aterro".
"Estas situações que temos vindo a relatar e a comprovar de forma inegável, nas nossas comunicações anteriores, estão a deixar a população muito alarmada e desconfiada, atendendo ao silêncio das entidades fiscalizadoras", lê-se ainda na publicação.
O aterro é gerido desde 2007 pela Recivalongo, sendo que a empresa começou a ser acusada em 2019 de "crime ambiental" pela população, pela Jornada Principal e pela Câmara Municipal, após ter sido detetado que detinha "mais de 420 licenças para tratar todo o tipo de resíduos".
O assunto avançou, entretanto, para os tribunais com ações avançadas por ambas as partes.
A Lusa tentou uma reação da CCDR-N, da Câmara de Valongo e da empresa, mas até ao momento não foi possível.