25 Sep 2023, 0:00
154
No Porto, para um nome ser atribuído a uma rua da cidade precisa de passar pela Comissão de Toponímia que, seguindo as ‘regras’ de um regulamento municipal, pode ou não aprovar a sua atribuição. É isso que vai passar a acontecer também com “encomendas e ofertas de arte pública”, que passam a ter uma Comissão Municipal para a Arte no Espaço Público com regulamento próprio.
A proposta foi apresentada pelo Partido Socialista e aprovada por maioria com a abstenção do Bloco de Esquerda.
Reconhecendo que a arte pública é “fundamental numa cidade culturalmente rica”, os socialistas querem que a comissão faça uma “ponderação” e uma “reflexão” sobre a arte pública inserida na cidade.
“Os elementos de arte pública têm sempre uma dimensão de avaliação estética individual, que a cada um compete no seu exercício de liberdade crítica, mas é preciso ter presente uma ponderação global sobre a inserção no espaço público e sobre a coerência do enquadramento na malha urbana, paisagística e arquitetónica, em particular quando falamos de uma cidade com zonas classificadas”, pode ler-se na proposta a que o Porto Canal teve acesso.
Esta Comissão será composta pelo vereador com o pelouro da Cultura, um deputado municipal eleito inter-pares, um representante do Conselho Municipal de Cultura, um representante da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (UP), um representante da Faculdade de Arquitectura da UP, um representante do Departamento de História da Faculdade de Letras da UP e ainda um representante da Fundação de Serralves.
Rui Moreira caraterizou o discurso da deputada municipal como “um apelo a uma mordaça e ao não debate”, reforçando também que estes temas “devem ser debatidos até à exaustão”.