23 Mar 2022, 0:00
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Anatoly Chubais, o arquiteto das reformas económicas pós-soviéticas da Rússia, renunciou ao cargo de enviado especial do Kremlin e deixou o país devido à guerra na Ucrânia, disseram duas fontes à Reuters, o protesto de maior destaque por uma figura russa contra a invasão.
Anatoly Chubais, o ministro de Boris Yeltin que ficou conhecido como o “Pai dos Oligarcas” graças ao seu papel como responsável pelas privatizações no país na década de 1990, abandonou o cargo que ocupava desde 2020 como representante especial de Vladimir Putin junto das organizações internacionais e não pretende regressar ao país.
O conselheiro de Putin, Anatoly Chubais
Pouco depois da Rússia invadir a Ucrânia, Chubais escreveu que, desde a morte de Gaidar (político e economista russo na Era de Yeltsin) em 2009, tinha passado toda uma era.
“Parece que Gaidar compreendeu os riscos estratégicos melhor do que eu – eu estava errado”.
Anatoly Chubais era um dos pequenos grupos de economistas influentes sob Yegor Gaidar, que tentou cimentar a transição pós-soviética da Rússia, atirando dezenas de milhões para a pobreza.
Para os apoiantes, Chubais foi um herói que lutou para estabelecer um mercado na Rússia e impediu-o de cair na guerra civil.
Numa entrevista em 2004, o Financial Times descreveu Anatoly como o “Pai dos Oligarcas”, uma das personagens mais amadas e odiadas da Rússia. Em poucos anos, Chubais colocou 80% da economia russa nas mãos de privados, e “tornou alguns russos muito ricos, enquanto a maioria permaneceu pobre”.