31 Jul 2022, 0:00
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Mais de 80% dos professores consideram que as tarefas burocráticas que realizam nas escolas são geralmente inúteis, desperdiçando tempo que poderiam dedicar aos alunos.
De acordo com um levantamento realizado pela Federação Nacional de Educação (FNE): “Constatamos que mais de 80% dos entrevistados dizem que as tarefas administrativas que são obrigados a realizar nas escolas são geralmente inúteis ou, na maioria dos casos, são inúteis” , revelou o secretário-geral da FNE, com base nas respostas de 2.668 docentes numa consulta nacional realizada no início do mês.
Os professores “elegeram o excesso de trabalho e os encargos burocráticos como a sua maior preocupação no final deste ano”, disse João Dias da Silva, acrescentando que este é um problema que mais afeta os professores do ensino secundário.
Relativamente ao tipo de trabalho que os professores consideram “inúteis”, João Dias da Silva deu como exemplo o preenchimento obrigatório de “dezenas de plataformas, onde se repetem dados informativos sobre escolas e alunos”.
De acordo com as queixas dos professores, muitas dessas tarefas são “repetitivas e se sobrepõem”.
“Temos muitas dúvidas sobre os efeitos práticos destas plataformas e temos notícias de que depois de aceder à plataforma e depois de tudo feito 'online', tem de ser repetido em papel”, disse.
O secretário-geral alertou que “o excesso de trabalho burocrático” acaba “limitando e distraindo os professores do essencial”, que é ensinar seus alunos.
“Os professores chegam ao final do ano com cansaço acumulado. Todos os dias, todas as semanas, eles são obrigados a trabalhar além dos limites do que é estabelecido por lei. Os professores excedem em grande parte as 40 horas por semana”, disse ele, garantindo que muitas vezes preencham as plataformas durante a noite.
Por isso, os professores pedem que no próximo ano letivo “sejam respeito pelos limites do tempo de trabalho” e “redução do volume de trabalho administrativo”.